Grave. Greve!

CB101948

Está dito o que havia a dizer.

(Ou talvez não esteja. E talvez não houvesse desde o início nada para ser dito…)

Neste momento, tudo está perdido. O nexo, o momento, a oportunidade, a face.
Por todos os jogadores do tabuleiro da Educação…

…Em que os professores não se contam!

Responsáveis pelo comodismo de não ter impulsionado a tempo a mudança, são corresponsáveis pelo caos.
Mas têm do seu lado o sólido álibi de ter estado demasiado ocupados a tratar dos Filhos da Nação. Inclusos os dos políticos e os dos sindicalistas.

Abandonados desde sempre pelos tuteladores de uma Educação negligenciada e manipulada, os professores mantiveram no terreno aberta ao (seu) público a porta da Escola possível nesta Nação à deriva.

Até que a Política, a par do seu histórico, crónico e criminoso desleixo pela Educação, decidiu perverter de vez o que ainda mantinha a Escola de pé e os professores em funções com um resto de dignidade. Tudo por um punhado de moedas e pela miragem de tornar a Escola um objecto do seu prazer.

Mas quem está nas escolas – sempre esteve! – não pode ceder sem luta!

A menorização das competências dos docentes para universalmente poderem deter responsabilidades de organização, o engendramento contabilístico e – por isso – cego de categorias sem correspondência à qualificação dos profissionais, o envenenamento da representatividade e participação na gestão escolar… E a mentira. E a manipulação e a chantagem…

Nada disto é a Escola.
Nada disto queremos ensinar aos nossos miúdos.

…Que se depender de nós crescerão muito diferentes dessa gente. Para lhes não continuar nem a gesta nem a miserável linhagem.
Que será deles – e nossa com eles – a vida nova de amanhã.

E no amanhã que me cabe, faço GREVE!
(Ao que um Homem chega.)
Amanhã e depois! E quando for!

(Convocar greves: único préstimo que aos sindicatos resta.)

A manifestação de desagrado já vai longe. E o inconformismo, e a revolta, e a repulsa.
Hoje, tudo que fique aquém da defenestração do friso que decora o meu Ministério, mais a sua podre argumentária e toda a sua corrupta semente, é menos que nada.

Que o caminho para onde corre Portugal é grave.
E ainda não desisti de me recusar a ter vergonha de ser professor!

(…Fazendo votos sinceros de que o meu primeiro motivo de vergonha não nasça já amanhã do comportamento dos que me ladeiam.)
    

black-both_halo

2 Responses to “Grave. Greve!”

  1. SM Says:

    … já agora, para quando uma greve no sector privado???
    Isso simmmmm dava-me jeito! 😉

    Um abraço,
    SM

  2. pedronunesnomundo Says:

    sabes que se ficar prejudicado por não puderes consultar-me como deve ser, não levo a mal lol

    as greves são mesmo assim

    (mas há para aí mistérios tão densos que nem eu percebo!)

    (WELCOME! volta sempre! lol)


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