Compreendo…

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Compreendo muito bem quem me diz que já não tem paciência para Bush, depois de dois mandatos tão compridos.

Compreendo-os muito bem…

É que Obama ainda agora está a tomar posse e eu já nem posso ouvir falar dele!

(…Assunto a que voltarei já, como é evidente.)

Canetinha Tão Roída…

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É com esta caneta, tão roída de raiva e ânsia, que vou votar este ano no Pedro Passos Coelho.

Não. Duas vezes não.
…Nem estou bêbado, nem esse voto é do fundo do coração.
É só o voto possível. No momento possível.

(Se no fim do ano tivermos outro Primeiro-Ministro, depois falamos. Senão, finjam que esta mensagem se auto-destruiu, como nos filmes…)

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“Cheira a Bosta. Parece Bosta. Se Calhar…”


Começa a ser demais.

Já são dois Sábados com folhetins de cordel, que espremidos não dão nada.Dois Sábados de Sol seguidos, que num número de enche-chouriços vem dando notícia de que há uma notícia que está para sair, que interessará a todos, mas que não pode ser dada.

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Tem tudo a ver com o já celebérrimo Freeport de Alcochete.
Não por ser o maior outlet da Europa, não por ser um elefante branco posto a pastar à beira-Tejo, mas pelas negociatas que podem ter estado por trás da aprovação da sua implantação, por via da requalificação de um espaço natural protegido por regras comunitárias.
(Podem ver um resumo resumidíssimo da coisa no Apdeites, que é de confiança.)

Diga-se que quem mais – ou “exclusivamente” – pegou na história, em tempos, foi o finado O Independente.k_independenteO que lhe valeu a ira dos poderes instituídos. E um notável processo em tribunal por… violação do segredo de justiça. (De que saiu ilibado.)

O que é facto é que alguém fez o que não podia, empobrecendo uma zona ambientalmente protegida.
O que é facto é que tal acontecendo beneficiou interesses imobiliários específicos.
O que é facto é que tal aconteceu (quase literalmente) na véspera da saída de cena do “Governo do Pântano”.
O que é facto é que neste País de bananas nada se sabe e que o que se sabe se esconde.
O facto é que os ingleses não estão obrigados à nossa Omertà, ao código de silêncio mafioso que caindo como véu sobre não se sabe quem nem o quê cumpre com eficácia que nada aconteça.
O facto é que agora se diz haver um vídeo de um ministro português da altura a receber a bela da maçaroca (mesmo que não em matéria, em palavra) pela realização da marosca.

O que já está a fartar…
Andando e fazendo-nos andar atrás da própria cauda, a pingar 2,5 aéreos por semana em papel impresso, cada vez mais dá vontade de mandar o Sol à fava.

Ah e tal, por causa do segredo de justiça…
Vão dar uma volta!

Ou o “segredo de justiça” impedia de dar toda a informação já saída sobre as circunstâncias da caçada inglesa ou agora não estávamos com mariquices sobre haver “uma pessoa” que fez “uma coisa”.
Isso não é notícia. Não é jornalismo. Não é nada.

Cresçam!

Toda a gente quer saber – SEMPRE – quem são os podres da Nação.
(Mesmo que só para ficar embasbacados a olhar para eles, sem que nada lhes aconteça.)

Até lá, façam manchetes com galinhas de três pernas ou cabeçalhos sobre bola. E não me aborreçam.

[Publicado no Canto Aberto.]

Com Dedicatória


Hoje fiz greve. A segunda num mês. A quarta, em rigor, numa casa de professores.

E dedico-a, hoje, para variar.

Não só aos meus compatriotas, para o património nacional de quem contribuo com cada dia de ordenado deixado de colher em cada dia de greve, mas sentidamente a alguns colegas meus, que erram pelo País, personagens-tipo desta longa farsa vicentina em salas de professores.

Dedico-a àqueles professores bons. Não falo só de qualidade profissional, mas de bondade humana. Àqueles que lêem a realidade, se enojam com ela e que têm vontade de voltar a mesa do jogo. E que resistem.

Dedico-a àqueles professores que cândidos, iludidos ou cínicos se remetem e às suas esperanças para o quintal da bonomia. Que esperam uma solução que aparecerá num dia em que as coisas assim tenham de ser.

Dedico-a àqueles professores que se sentem exaustos numa luta desigual e que desistem de lutar. Porque têm esse direito supremo e porque a luta vai longa.

Dedico-a àqueles professores que, cobardes, não sendo obrigados ao combate, o simulam, tudo simulam, o combate e o seu contrário, mantendo-se em cima de um muro inventado. Enganando-se a si mesmos e vendendo-se ao vazio.

Dedico-a àqueles professores que são melhores que eu. Ou que se julgam melhores que eu. Que me olham superiores e que tentam ridicularizar a minha revolta racionalizando-a.

Dedico-a àqueles professores que julgam perceber-me. Que julgam fácil ler-me e aos meus motivos. E que não percebendo nada preenchem os espaços em branco com golpes de imaginação.

Dedico-a àqueles professores que têm mais a perder que eu na luta diária pela decência. Ou que pelo menos encontram aí o álibi de alma para pacificar as suas consciências.

Dedico-a aos fala-baratos. Àqueles professores que do falar fazem a sua força, mas que verdadeiramente não têm nada de relevante a dizer. E por saberem que o dizer é irmão do agir.

Dedico-a àqueles professores que detêm o tráfego da opinião. Que sabem quem pensa o quê e que assim compartimentam quem pensa em nichos. Que detêm o cadastro de quem opina e registam no caderno quem o fez ou devia tê-lo feito.

Dedico-o àqueles professores que estão acima do ensino. Que não precisam dele. Que desfilam por ele. Que desprezam os seus rituais. Que se enfastiam com que se aborrece com o que se passa no ensino, porque na verdade o seu reino não é deste mundo.

Dedico-a àqueles cuja maravilhosa capacidade criativa descobre maneiras de até no modesto ensino tricotar teias de interesses. Formas de jogar influências pequeninas, em tabuleiros de cartão, para no final recolher as migalhas do seu labor.

Dedico a minha greve de hoje à maravilhosa multidão de professores portugueses que, por serem humanos, professores e portugueses, são uma multidão de maravilhosa variedade.

…Que continua sem saber o que quer nem até onde está disposta a ir para o alcançar.

Terror Íntimo

Há 200 anos nascia Edgar Allan Poe.
Com direito a tudo o que faz da vida de um autor celebrado um cromo clássico. O abandono, o vício, a doença, a morte.
…Como se fossem este os ingredientes que destilados pela caneta de um homem o tornassem mais lúcido face à realidade.

Poe e os seus terrores íntimos.
As ameaças à fragilidade do Homem, à sua integridade, à sua sanidade.

Contos contados na primeira pessoa, num jogo de máscaras de ocultar e revelar.
Histórias de mistérios intrincados.
Narrativas de um pavor verosímil partilhado pelo leitor.

Edgar Allan Poe. Que abriu os portões para o medo. (No que seria seguido por Lovecraft.)

Hoje já ninguém procura o arrepio pintado a tinta no livro.
Hoje já ninguém precisa de guia na fronteira do terror – alucinado diário pronto-a-vestir. Transferimo-lo do seu lugar natural, no fundo do nosso peito reverente e desperto, para as nossas mãos práticas e insensíveis, julgando manipulá-lo a nosso gosto.
Hoje cada um julga controlar o Pêndulo no seu Fosso. Hoje ninguém precisa de Poe.

Mas essa é uma culpa nossa. Não sua.

Comer da Farta Pia

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Mais uma notícia sobre o dr. Armando Vara.
O heróico e inefável dr. Vara.
(O tal!… Ora, de certeza que se lembram!…)

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Mais uma vez é notícia e, curiosamente, não pelos melhores motivos.
(Manchete em mais um jornal “dos malucos”, que “não é de referência”, que “até é à borla” e por tudo isso não merece respeito…) 

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Já não é a primeira.
Mas pode bem ser a última, já que para um (eventual) inútil não deve ser possível ascender mais na meteórica “carreira”.

…Deus lhe dê muita saúde para gozar o que eu lhe pago.

Mais me preocupam outros.
Como por exemplo quem está à frente  do “Governo” da Nação.

E – não, – não é mania de perseguição.
Vão fazer uma pesquisa simples no Sapo com os termos combinados “Vara Morais Sócrates“, para ver aos sítios onde vai parar.
– Sim, este sr. Vara. Pois, o dr. Morais que deu na UnI as aulinhas milagrosas ao senhor “engenheiro” e de que Sócrates “já nem se lembrava”. Esse mesmo, o actual Primeiro-Ministro de Portugal. –
Vão lá ver o tipo de mixórdias em que TODOS eles se encontram (eventualmente) envolvidos…

…Os “boys” da Nação. Ou os “super-boys“. Putos ranhosos, que o foram, e que assim continuam mais que qualquer outro mortal, mais Armani, menos Armani.

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É esta a história desta gente.
Com especial relevo – porque é maior o relevo dos seus actos para o futuro da terra em que nasci – para a história do sr. Pinto de Sousa, hoje “Engenheiro Sócrates”.

De que eu não me esqueço. E de que ninguém se deveria esquecer! Se esta fosse terra de gente que liga mais ao que interessa do que às tretas que lhes metem olhos dentro barradas de lazer.

Para os que estão atentos mas que assumem que a memória pode pregar partidas, fica esta ligaçãozinha, para refrescar.
Singelo post. Sobre estas e outras marmeladas.
Sobre estes e outros banquetes públicos. Maneiras de fazer caminho e governar a vidinha.

Porque é que teimosamente continuo a não me dar por infeliz por não ter sido ensinado a chafurdar nessa pia de oportunidades, caramba?… Porquê?!…

Para o Cristiano Rónaldo…

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E aí está. O Cristiano Rónaldo é o melhor do mundo.
[…E como se avolumarão ainda mais os fãs dedicados, as fãs babadas – ou ao contrário, porque tento não ter preconceitos –  os pais a estamparem nos filhos esta improvável e cacofónica associação ganhadora de nomes próprios…]

Por isso mesmo lhe deixo aqui, em meu nome e de todos os que ajudam a produzir, realizar e levar até si este blog,…um grande bocejo comemorativo. 

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Gosto que uma vez lá de longe em longe “melhor do mundo” rime com “português”. Gosto mesmo.
(Mesmo que o sinta mais como uma vingançazinha recalcada que como uma vitória orgulhosa…)

Mas não posso sentir o contrário do que sinto sempre em relação a estas coisas “da bola”.
Se não fosse o Rónaldo, seria outro.
Se não fosse o Manchestér, seria outra.
Se não fosse o futebol, algo seria…
…Nesta valsa do inútil e do entretenimento.

Em que uns dançam melhor que outros. Para nosso prazer.

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Tempo

O Tempo.
Sempre o Tempo…

Uma Questão de Tempo“, Rádio Macau, álbum “Onde o Tempo Faz a Curva”,2000.
Uma pérola.

“Os Malucos”

Continuo a minha rasgada homenagem aos “malucos” desta terra. Todos.

Àqueles que ousam chamar – alguns – bois pelos nomes, dizer o que está vedado às pessoas iniciadas na cabala em que aceitámos viver, articular em palavras a peladice do rei que vai cada vez mais nu.

* “A máquina ‘Serviços Secretos Socialistas’ não descansa”

* “Com fim do voto por correspondência dos emigrantes – O PS quer calar a voz dos portugueses no estrangeiro”

* “Investir na Educação não dá votos”

* “Alteração da Lei das Armas – A resposta do Governo foi política e não vai resolver nada”

* “Convite de Lisboa a Mugabe comprometeu credibilidade da UE”

* “Portugal tem futuro e pode ser brilhante com outro Governo”

* “Portugal cai 8 lugares no ‘ranking’ da liberdade de imprensa”

* “Para o Governo há cidadãos de primeira e cidadãos de segunda”

* “Crise não trava TGV para agradar a Espanha”

* “Vivemos numa fase de pré-anarquia”

* “O número de famílias portuguesas que pedem ajuda alimentar continua a subir”

* “A ‘Europa’ nunca existiu: talvez só com o Império Romano”

* “Governo socialista salva ‘Banco dos Ricos’ com o dinheiro dos (pobres) contribuintes”

* “Somos um País de pobres e depenados mas com vícios de novos-ricos”

* “O socratismo é a demonstração da política de imagem, sondagem e sacanagem”

* “A ‘cooperação estratégica’ terminou”

* “Manuela Ferreira Leite acusada de ‘não conseguir unir o partido'”

* “Impostos não chegam para pagar Despesa Pública”

* “Sócrates transformou ‘cooperação estratégica’ co

m Cavaco em ‘provocação estratégica'”

* “A ofensiva de Israel é inadequada e só vai reforçar o Hamas”

* “O Primeiro-Ministro andou sete mees a ‘dourar a pílula’ sobre a gravidade da situação económica”

* “Portugal já está a importar 70 por cento das suas necessidades alimentares”

…Enquanto outros não o fazem. Ou o fazem sob os panos, tíbios e inconsequentes.
(Embora haja quem continue a achar que “normal” é a “Imprensa de Referência“.)

Numa terra de gente tão alinhada, vivam os malucos que restam.

Código de Barras

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É simples: há quem queira reduzir-nos a códigos de barras.

…E o meu seria talvez como fica acima.

Construí-o num site onde cheguei por ilustrada indicação do MIP.
Este sitezinho aqui.
Que não tem nada de especial mas nos permite aquela vertigem cusca de experimentar o excesso.

Experimentem-no.
Só para confirmar que graçolas à parte não tem mesmo nada a vossa cara. Felizmente. Como não era previsível que tivesse.
E que brincamos aos monstros…